✦ 𑊒 𝗣𝗥𝗢𝗟𝗢𝗚𝗨𝗘, 𝟬𝟬
જ ⌗ . PRÓLOGO, CAPÍTULO 00.
◠ ▬▭▬▭▬ ꐑ • ᴥ • ꐑ ▬▭▬▭▬ ◠
▬▬▬▬▬▬▬▬ your home em:
00. O AMOR E SUAS LOUCURAS.
BYEOL JI-SARANG SEMPRE TEVE UM OLHAR abrangente sobre o que é o amor. Sendo uma fã de carteirinha desse sentimento ─ que ela crê que nunca entenderá completamente, sempre procurou ler livros científico ou românticos sobre o assunto. Não que ela goste de se chamar assim, mas quase como uma gênia do mundo tecnológico, essa garota gostava de usar seu cérebro para fazer cálculos referidos ao amor. É claro que os diversos dramas ou músicas coreanas, e a grande influência ocidental ajudaram na criação do "romance", mas nunca parecia o suficiente.
Ela sempre achou que a racionalidade da matemática pudesse atribuir as emoções dos sentimentos.
Apesar de não existir a fórmula certa para resolver essa questão, Sarang notou que, assim como tudo na vida ─ incluindo a matemática, o amor também tinha padrões. No entando, mesmo que as pessoas tenham certeza que os dois nunca pudessem ser comparados por causa das "certezas" que os números podem trazer, ela sabe que não é bem assim. Sim, a matemática tem seus padrões, mas até ela pode ser imprevisível quando se trata de previsões, ações no mercado econômico, crescimento e etc.
Tanto o amor, quanto a matemática, podem ser um pouco desorganizadas e não tão previsíveis.
Por exemplo, aquela velha frase que ela sempre utilizava de "nem sempre 1+1 é igual a 2", explica bem o que queria dizer ─ porquê até mesmo na matemática, algumas fórmulas dão diferença. Falha de cálculo, valores arredondados, contas de álgebra booleana ou sistemas numéricos alternativos.
Foi analisando suas fotos em seu primeiro celular, blocos de notas cheio de anotações e entre outras coisas, que ela criou seu primeiro aplicativo aos 7 anos. Um sistema de organização em que você consegue organizar literalmente tudo no celular. Isso aconteceu antes mesmo de alguns aplicativos criarem outras funções que pudessem ser parecidas com essa. Depois vinheram os hackers em jogos eletrônicos antes mesmos deles lançarem, notas 10 no colégio e entre outras peculiaridades.
Ela se interessava por tudo.
E amor também não foi muito diferente, já que ele também chegou na infância. Naquela época ela nunca adivinharia que ficar sem palavras ─ algo impossível de acontecer, na frente de alguém pudesse significar algo. Ou como ela adorava tudo que aquele garoto fazia, mesmo ele sendo mal humorado com síndrome introvertida, mas que por ser muito bonito sempre atraía olhares. Ou talvez fosse pela vez que ele, já sendo seu amigo, a irritou tanto, que ela lhe deu um soquinho no braço e ele sorriu de volta. Bem... apesar desse garotinho ter certeza que ela nem sequer pensava nele, Sarang se lembrava de muitas coisas que eles compartilhavam.
Enfim! Até que os anos se passassem e essa garota chegasse até o estado atual de criar um aplicativo de relacionamento, apenas para revelar seu amor, aconteceram muitas coisas. E sim, mesmo tendo sido um motivo egoísta que ela não teria como justificar, é possível ver que, ao chamar seus amigos e colegas mais próximos do seu antigo colégio, ela também desejava que eles fossem felizes.
Ainda que, para isso, eles tivessem que passar por algumas guerras internas.
O CLIMA NA COREIA DO SUL SEMPRE VARIA BASTANTE. Sendo do tipo continental, a temperatura no país varia bastante durante o ano, com suas estações bem características. A escolha para o teste do aplicativo foi essencial para que tudo desse certo. O mês de Julho foi escolhido por dois motivos principais: o verão e as férias. Assim eles poderiam aproveitar mais, já que boa parte deles estavam de férias da faculdade ou podiam adiar um ou outro compromisso para passar algumas semanas no acampamento.
E claro, o verão era essencial para curtir o acampamento do jeitinho que Sarang pensou. O acampamento do Vale de Coldot sempre se adaptava as estações do ano, e no verão, eles tinham diversas programações divertidas para curtir! Tirolesa, cachoeiras, canoagem, paintball na floresta, snorkeling, competições, karaokê, fogueiras, festas no fim da noite e entre outras coisas. Dava sempre para aproveitar mais nessa época do ano!
Além de ter atividades em grupos... e melhor, em duplas. Era ótimo para criar laços e se divertir, sem pensar muito que se está dentro de um "experimento".
─ Ainda temos mais uma hora e meia sentada no carro... Minha bunda vai ficar quadrada! ─ Aurora Lee soltou entre os amigos. Ela estava animada para voltar ao acampamento novamente com todos eles, mas foram tantas horas viajando, que a qualquer momento surtaria.
Foram três horas de carro até Nova York, 19 horas em um vôo de Nova York para o Aeroporto Internacional de Gimpo, em Seul, mais uma hora até o Aeroporto Nacional de Gwangju e agora, mais uma hora e meia até Mountaicy.
As três horas de carro até Nova York foram um adicional. Sarang, Watanabe, Aurora e Olivia moravam em Massachusetts, mas principalmente por causa de Anakin Kwon, que não andava em veículos fechados se não fosse com Sarang ou sua mãe ─ por motivos pessoais, eles decidiram pegar o vôo juntos e dar carona para o garoto até o acampamento.
Além disso, Seong também morava em Nova York atualmente, então seria ótimo para ele também!
─ Vai ficar na posição de uma cadeira. ─ Love riu, imitando uma pessoa sentada em uma cadeira. ─ No caminho a gente para pra comer e andar um pouco. ─ A ruiva disse, esticando os braços para se alongar. Ela concordava 100% com Aurora... estava cansada de ficar sentada tanto tempo. ─ A gente veio dormindo quase o vôo todo... são só mais uma hora e meia. Estamos mais perto do que longe!
BYEOL JI-SARANG, ou como todos bem conhecem como "Love", a "garota do amor", irá fazer 22 anos em novembro. Atualmente no penúltimo ano do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e estagiando no centro de espacial da NASA em Boston ─ que fica há 16 minutos da faculdade, Sarang é com certeza uma das pessoas mais fáceis de conviver. Não é que ela não tenha defeitos, porquê ela tem! No entando, normalmente ela não é o tipo de pessoa que se estressa facilmente ou que cria inimizades... faz mais o tipo "energética e amigável". Tá, ela se mete em uma confusão ou outra, mas não mais como no colégio ─ tempos sombrios os da detenção! Love vem daquele caso de gênio que não teve influência nenhuma na família para ser o que é hoje... a jovem nasceu com esse dom.
E você pode se perguntar "como alguém que trabalha na NASA, pensa em fazer um aplicativo de namoro?". Em sua defesa, o professor pediu para que eles fizessem algo que nunca fizeram! Além do mais... Sarang sempre foi "um pouco de tudo". Criava coisas diferentes umas das outras, já estagiou em lugares divergentes e teve experiências diferentes. Ela não tem exatamente "um sonho", ela tem vários e que incluem nichos diferentes.
No entanto, se tiver algo que possa ser incluído em todos esses nichos, é a vontade de ajudar as pessoas e fazer algo que deixe os outros felizes.
─ Ótimo, vão passar uma hora e meia falando besteira. ─ Watanabe fingiu resmungar. Tudo bem que ele era meio mal humorado, mas aquela não foi uma ofensa tão real. Só falou porquê gostava de irrita-los.
Olhando para o celular, o Tadashi riu genuinamente. Não era um sorriso tão raro quanto as pessoas imaginavam, mas normalmente esses envolviam seus amigos ou família.
─ Até parece que você não gosta. ─ Sarang já o viu rir tantas vezes quando eles estavam conversando, e o garoto fingindo que não se importava, que até perdeu as contas. ─ Do que você tá rindo?
─ Advinha. ─ Ele tirou os olhos do celular e sorriu para Sarang. ─ O Felix e o Hope brigando com o Namdong, porquê ele foi buscar os dois no aeroporto errado. ─ As brigas no grupo eram sempre engraçadas e, apesar de Watanabe não ser fã de tantas mensagens, se acostumou. ─ Então quando ele finalmente chegou lá, o carro quebrou.
"Watanabe seu filho da mãe, você é um grinch" sempre foi uma das frases mais ditas pelos amigos, em relação a ele, quando o rapaz fazia questão de zombar seus amigos nessa situação. Não o culpe, eles também não deixavam eles em paz!
WATANABE CHOI TADASHI, ou melhor, só Watanabe Tadashi ─ porquê ele odeia o Choi, tanto quanto apelidos... abria exceção apenas "Wata", usado por amigos e família, e "Tata", usado exclusivamente por Love. O rapaz de 23 anos completados mês passado, é um dos mais famosos jogadores de vôlei da atualidade. Atuando na liga dos Estados Unidos e seleção da Coreia do Sul ─ como levantador e capitão nas duas equipes, o garoto é quase um idol para os sul-coreanos, e o Kageyama Tobio para quem gosta das quadras volleyball. Depois de Son Heung-min, ele foi a compra mais cara de um sul-coreano para um time grande internacional. O Tadashi até recebeu propostas de times europeus, mas rejeita todas até hoje com contrapropostas.
Por incrível que pareça, Watanabe não é a escolha mais certa para ser famoso. Ele é bonito, tem talento, mas não têm muito saco para aguentar garotas e até garotos lhe stalkeando. Sim, ele ama ouvir ser ovacionado dentro da quadra, mas... pessoas invadindo sua privacidade não lhe agrada. É um introvertido-reservado, sociavelmente inativo e meio mal humorado tendo que lidar com fama.
─ Será que ele tá bem? ─ Love indagou, soltando uma risada. Ela conseguia até imaginar a cena de dois deles discutindo e o outro bem calmo. ─ O Kang coringou não faz muito tempo... Tenho pena dele.
Uma semana atrás estava ele ligando para Sarang para desabafar sobre o trabalho pesado e que se jogaria em um lago cheio de crocodilos a qualquer momento.
─ Foi quando ele te ligou às três horas da manhã? ─ Watanabe revirou os olhos. Se lembrava desse dia e do toque ensurdecedor do celular. ─ Perdeu a hora e a noção.
Sarang e Watanabe compartilhavam um apartamento na cidade Cambridge. Eles resolveram morar juntos quando no último ano ela passou no MIT e ele foi chamado para jogar vôlei. Olivia Fane e Aurora Lee também acabaram se mudando para lá quando passaram em Havard. As duas universidades ficavam na mesma cidade. A Byeol e o Tadashi se mudaram para um apartamento que ficava em um condomínio, seguido pelas outras duas garotas. Os melhores amigos de infância ficaram no prédio E - 6° andar, Liv no prédio D - 5° andar e Seulgi prédio D - 6° andar.
Seus prédios ficavam um ao lado do outro, então era comum que eles se vissem pela janela da pequena varanda da sala de estar.
─ Não precisa ficar com ciúmes... Pelo que eu sei, o amor platônico que ele tinha nela, passou. ─ Jiseong fez questão de falar sobre isso, apenas para lembrar mais uma vez uma das grandes revelações do ensino médio. ─ Nossa, eu tô cansadão!
BYEOL JI-SEONG, o senhor "emocionado" e de vez em quando creditado como Jiseo, tinha uma personalidade e um sonho: parar de namorar gente que não presta. O fotógrafo de 23 anos, recém formado na centenária NYIP (Instituto de Fotografia de Nova York), estava em algo que parecia ser uma "sinuca de bico" ─ também chamado de situação "sem saída". Entre assinar o contrato de vínculo com a IMG Models em Nova York ou voltar para a Coreia do Sul e trabalhar na BS3 Models, empresa do seu pai, Jiseong nesse momento só queria relaxar. "Se você assinar um, não pode ter vínculo com outro" era o que NY dizia e "escolha o que vai te fazer mais feliz nesse momento" era o que seu pai falava. Então, era muita pressão para o pobre Byeol Jiseong.
Assim como sua irmãzinha mais nova, Seong era um jovem de bem com a vida. Talvez um pouco mais enrolado e fazendo escolhas meio duvidosas que Sarang não faria, seu maior defeito é viver sendo um emocionado de carteirinha. Acredite se quiser, ele não liga de dizer que adoraria viver um romance de drama coreano... mesmo sabendo que as coisas não são fáceis assim.
─ Eu não tenho ciúmes de nada... Ao contrário de você, sininho. ─ Watanabe riu debochando. "Sininho" era o apelido usado por ele para dizer que Seong "vivia no conto de fadas".
─ Ya, eu já disse pra não me chamar assim! ─ O garoto ia dando um tapa na nuca do mais alto, mas o Tadashi foi mais rápido e desviou. ─ Você nunca vai ter minha aprovação! Tá me ouvindo, palerma!
─ Aprovação pra que? ─ Anakin perguntou, arqueando a sobrancelha.
─ Como pra que? ─ Até Aurora, uma das mais lerdas do grupo, entendia exatamente o que ele queria dizer. ─ Ele g...
Uma mão cobriu a boca de Seulgi antes que ela continuasse. Era Sarang.
AURORA LEE STEWART, que se apresentava como Aurora Lee, mas que também se chamava Lee Seulgi, e tinha alguns apelidos específicos, tem 22 anos e pode ser considerada o "clichê de sitcom". Ela tem tudo que os esteriótipadores amam: loira, bonita e que parece burra aos olhos das pessoas ─ mas que na verdade é bem inteligente. E para quem pensa assim e quer ficar espantado, ela se formou cedo no ensino médio e atualmente faz medicina em Harvard. Não que ela goste de estudar, mas Genie aprende fácil! Isso faz sentido? Para Aurora Lee, talvez faça. Um pouco diferente e aprendendo de uma maneira diferente. Já lhe fizeram a comparação com a Brittany de Glee. Todo mundo achava a Brittany burra, mas no fim, todo mundo descobriu que ela era um gênio!
Não sabe ser maliciosa, mas sim, sociável e bem faladora. Apesar de ser um pouco ─ se diz muito, "sem filtro", tem um bom coração... daqueles que você nota ser inocente e querido. Normalmente todo mundo sabe tudo sobre ela ─ o que é um pouco perigoso. Ainda que seja bom as pessoas te conhecerem bem, pode ser ruim ser um livro completamente aberto.
─ Como é possível vocês já estarem discutindo... não faz nem dez minutos que chegamos aqui. ─ Olivia disse passando pelos garotos. Já tinha perdido as contas quantas vezes Watanabe e Seong discutiram que nem criança na frente deles. ─ Deveriam fazer sessões de casal pra resolver isso.
─ Você resolve as coisas conversando e eu resolvo as coisas arrancando os cabelos loiros do João frango. ─ O Tadashi respondeu a garota. Ele não foi grosseiro nem nada, só não conseguia seguir o mantra de Olivia de "primeiro a conversa".
OLIVIA ELIZABETH FANE, a estudante de direito de Harvard, possuía 20 anos de muita mudança. Com uma história de altos e baixos e cheio de superação. Ela viveu uma daquelas épocas terríveis do bullying escolar ─ que só não foi pior porque ela conhecia Sarang, os Byeol, e logo mais, seu grupo de amigos. Não que ela dependesse deles para as coisas, mas não é vergonha nenhuma admitir que eles lhe ajudaram em uma das piores épocas da sua vida. Sempre fora uma garota tão incrível, mas que passou por momentos tristes por não estar nos "padrões" sul-coreanos. Tímida, aparelho dentário, óculos maiores que o rosto, bochechas grandes e rosadas. Muitas pessoas do ensino médio nem saberiam que Olivia Fane estudou na Haewadal.
Então ela mudou! Não totalmente, mas visivelmente diferente da antiga Olivia que aguentava apelidos cruéis. Se tornou mais confiante e desafiadora, raramente ela gaguejava mais. Seu interior ainda era um tanto tímido, desastrado e gentil, mas ela conseguia controlar muito mais o sentimento de pânico. Amadurecer e se desenvolver talvez sejam palavras boas para descrever o processo.
─ Se passaram cinco minutos e já se foram duas ofensas. ─ Anakin comentou, olhando para o relógio no pulso. Claro que ele nunca tinha parado para contar, mas o Kwon sempre se surpreendia na capacidade de Watanabe em inventar apelidos. ─ Esse é um novo recorde.
Em outro momento esses dois talvez nunca estivessem se falando, porque Anakin provavelmente acharia que Watanabe Tadashi seria um valentão. No entanto, quando o conheceu, percebeu que ele não era ruim.
─ Provavelmente ele vai querer bater esse daí também. ─ Falou Sarang, referindo-se ao recorde. ─ Vamos apostar quantas pessoas ele vai falar mal enquanto dirige! ─
Parte disso era brincadeira, porque ela sabia que o coreano-japonês não passava 24 horas falando mal das pessoas. Mas... uma hora ou outra ele resmungava e dava sua "humilde opinião ". ─ São uma hora e meia de viagem... acredito que ele vai citar pelo menos umas 4!
─ Se não falar muito, então reduz pela metade. ─ O Kwon disse, imaginando que Watanabe ficaria satisfeito com o silêncio.
Surpreendentemente o rapaz estava interagindo com todos eles. Anakin não era muito de falar... nem mesmo entre amigos, pois achava que estava incomodando. Mas ultimamente tem se sentindo um pouco mais próximo deles. Sarang o fez conhecer os amigos dela das vezes que os mesmos foram para Nova York.
ANAKIN KWON, o jovem que nunca assistiu Star Wars, foi batizado com um nome muito famoso da saga... um dos personagens favoritos de sua mãe. Seria Anakin ou Chewbacca ─ nesse momento ele está agradecendo pela escolha. Tendo 20 anos, Kini entrou há pouco tempo na Julliard, como dançarino de Ballet. A vida de Anakin também não foi as mil maravilhas! Tudo começou no bullying quando era pequeno, sendo obrigado a ser "burro de carga" dos outros garotos, depois o preconceito com o fato dele ser daltônico e por último, o acidente e a morte de uma de suas mães. Demorou um tempo para que o rapaz se sentir-se um pouco mesmo consigo mesmo e com a vida.
A questão é que infelizmente as inseguranças nunca sumiram... e isso sempre foi um grande problema para ele. Porque Anakin é uma pessoa muito boa, mas raramente vê isso dentro de si. É carinhoso, amigo, alegre e quase sempre está pensando nas pessoas ao seu redor. Mas muitas vezes é um pouco triste ver lapsos de melancolia e a tristeza estampada no rosto.
─ Aposto que ele não consegue não falar de ninguém. ─ Olivia disse, o desafiando propositalmente. A famosa terapia reversa geralmente funcionava. ─ Olha, o carro! ─ A Fane apontou para a saída do aeroporto, vendo um veículo igualmente como descrito para eles. ─ Certo, então contando a partir de agora.
─ Eu não vou jogar esse jogo idiota. ─ Ele respondeu. Claro que ele não queria jogar, pois parecia chato demais.
─ Ih, se estressou. ─ Sarang riu.
Quando os seis finalmente saíram do aeroporto, o manobrista desceu do carro. O homem de certa idade deu meia volta, pronto para entregar a chave para quem havia alugado o carro: Sarang. Porém, antes que o mesmo pudessem entregar a chave a ela, Watanabe se pôs na frente, a pegou e agradeceu ao homem assim que ele foi embora.
─ Eu dirijo. ─ Se ofereceu. Tinha certeza que assim a viagem passaria mais rápido. Além do mais, ele sabia que Sarang iria querer ir no banco do passageiro revisando o que quer que fosse sobre o projeto. ─ Não se preocupa. Sei que você tá afim de ver se tá tudo certo antes da gente chegar.
─ Valeu, Tata. ─ Agradeceu, dando um sorrisinho fofo. Love sempre ficava um pouco surpresa como muitas vezes ele sabia o que ela queria fazer ou até o que estava pensando. Isso também acontecia ao contrário, mas na cabeça dela era diferente. ─ Prometo que vou ser uma boa "imediata" para você, capitão!
A ruiva fez continência para o Choi e o abraçou em seguida. Watanabe controlou-se para não sorrir quando viu as bochechas de Sarang espremidas no abraço. Os braços dele colados no próprio corpo, imóveis, esperando que ela o soltasse para que ele voltasse a respirar normalmente.
─ Eu vou lá atrás! ─ Seong gritou, levantando a mão. O carro tinha oito lugares, então na divisão, dava para dois irem nos bancos da frente, dos nos do meio e dois nós de trás. Assim ninguém iria apertado.
─ Kiki, você não quer ir com o Seong lá atrás? ─ Sarang perguntou, o chamando pelo apelido que apenas ela usava. Não é uma certeza, mas provavelmente o apelido surgiu por conta do filme "Kiki's delivery service", que é um dos filmes favoritos do garoto. Eles também assistiam bastante na infância. ─ Eu preciso ficar mexendo no notebook, então ele tem mais tempo de te ajudar dessa vez.
Normalmente, quando eles andavam de carro juntos, Sarang segurava sua mão para que ele não ficasse com medo.
─ E eu confio totalmente no Watanabe. ─ Tudo bem que dirigir não dependia sempre do próprio motorista, porque infelizmente acidentes acontecem, mas era um jeito de tranquiliza-lo.
A Byeol olhou para o Tadashi, pedindo que ele a ajudasse nisso. Ele, com sempre sem saber o que falar nessas situações, ficou gesticulando com a boca que não sabia o que iria dizer. Só acabou abrindo a boca por causa do olhar matador da ruiva.
─ Eu não vou tão rápido. ─ Foi a única coisa que ele conseguiu dizer. Sinceramente ele não fazia do tipo "mão solidária", mas por trás era generoso.
─ Tudo bem. ─ Disse, mesmo que estivesse com medo... como todas as outras vezes. ─ Obrigada.
Seong, escutando o que sua irmã havia falado, apenas deu um "joinha". Confirmando que faria o possível para mantê-lo entretido durante tanto tempo. Não seria tão difícil, porque eles não eram desconhecidos ─ óbvio, Seong viu o Kwon ainda pequeno, então eles eram amigos.
─ Pronto, todas as malas estão guardas! ─ Liv, junto com Aurora, conseguiram organizar todas para que coubessem. Quase uma missão impossível, mas realizada com sucesso.
─ Ótimo, mais uma vida de viagem! ─ Seulgi bateu palmas, sendo sarcástica. O rosto decepcionante de alguém que não aguentava mais ver um automóvel estava nítido. ─ Que mundo cruel!
AQUELES TRÊS RAPAZES ESTAVAM QUASE se esgoelando em uma avenida movimentada de Daegu, no sudoeste do país. Após ir buscar Felix e Taeyang no Aeroporto de Gwangju, mesmo tendo mensagens e áudios claros com o nome "Aeroporto Nacional de Daegu", Namdong conseguiu pegá-los lá. Entretanto, as coisas foram por água abaixo quando no caminho, o carro do veterinário quebrou no meio da estrada.
─ Não é possível, você deve tá amaldiçoado! ─ Felix falou, bravo. Dessa vez a culpa não era dele e ele havia dado a ideia mais sensata. No entanto, ninguém lhe escutou. ─ Você comprou esse carro de gente rica que não aguenta o tranco, e agora estamos aqui!
─ Calma gente, vamos conversar. ─ Mais tranquilo impossível, Taeyang pediu aos dois. Não adiantava ficar gritando ou brigando, ou problemas não iriam se resolver assim. ─ Isso se resolve rápido.
─ Escuta, eu não tenho culpa tá bom! ─ Nam-dong, que raramente gritava, principalmente com as pessoas, gritou com Hyojong. ─ Você deveria me agradecer por vir te buscar!
Na verdade o Kang havia se oferecido para ir buscar os irmãos no aeroporto, já os dois estavam vindo do Hawaii e ele atualmente estava morando perto de lá. Então, tecnicamente, não poderia dizer que foi intimado para buscá-los. Apesar de ter dado um "curto" na sua cabeça e o rapaz ter ido para o aeroporto errado, Namdong não tinha culpa se, do nada, o carro dele quebraria no meio do caminho!
KANG NAM-DONG tinha 23 anos e de vez em quando parecia que já tinha vivido uns 50. O veterinário recém formado na Royal Veterinary College de Londres, precisou se mudar para para a Coreia do Sul assim que se formou, quando seu avô ficou doente. Encarregado de cuidar de sua clínica veterinária em Boseong, cidade rural da província de Jeolla do Sul, no sudoeste no país, Nam precisou amadurecer na profissão rapidamente. Ele e seu avô eram os únicos médicos veterinários da família, e como o senhor Kang só confiava no neto para cuidar dos animais ─ já que sua clínica era a única da cidade, pediu para que ele fosse para lá. Então... faziam alguns meses desde que o garoto estava surtando com tanto trabalho.
No ensino médio, Namdong era possivelmente o jovem menos trabalhoso do grupo. Agora, tingido com seus cabelos loiros e muita responsabilidade, ele meio que "chutou o balde". Ainda tão amigo e carinhoso quanto os olhos de um Akita Inu podem transparecer ─ porque se fosse um animal, ele com certeza seria um cachorro, Kang agradeceu a sua amiga de infância quando recebeu o convite.
Seriam as merecidas férias que não tirava há cinco anos.
─ Mas eu disse que a gente poderia alugar um carro mais forte! ─ O Hyojong gritou de volta. Os dois certamente estavam histéricos. ─ Você acha que seu carrinho vai subir aquelas montanhas?
─ Nisso eu concordo, Namdong. ─ Hope balançou a cabeça, concordando. Dos três, ele era o único calmo o suficiente para falar sua opinião sem ofender ou piorar a situação. ─ Você sabe que eu não tô criticando nem nada, mas agora você mora na zona rural. O carro que você usa é muito bom, mas só serve pra cidade.
ISEUL TAEYANG, mas comumente conhecido por "Hope", era conhecido como o cara mais "hippie" em seu grupo de amigos. O rapaz de 23 anos que soprava as velhinhas em janeiro, caía bem no estereótipo de "surfista tranquilão". Porque ele era assim mesmo! E isso não mudou muito desde o colégio. Normalmente gentil e bem carinhoso, ele raramente brigou em sua vida ─ abre-se exceções para o colégio. Quase nunca se irrita ou cai em "armadilhas" sarcásticas de outras pessoas, além de não ter a mente muito boa para entender duplo sentido. Virou surfista ainda pequeninho e depois de adulto, passou a ser o "tio/professor Hope" para baixinhos no Hawaii, onde estava treinando atualmente.
Certamente ele fazia contraste com seu irmão mais novo, Felix. Os dois acabaram virando irmãos quando a mãe do Hyojong se casou com o pai do Iseul ─ e a história dos pais deles não são tão diferentes. A mãe de Hope morreu de câncer quando ele tinha 10 anos e o pai de Felix em um acidente de ônibus, quando ele tinha 7 anos. Dois anos depois os pais deles se encontram e acabaram se apaixonando... e os rapazes viraram irmãos quase instantâneamente.
FELIX HYOJONG, ou também Kim Hyojong, estava prestes à completar 23 anos no mês das bruxas ─ piada utilizada pelo seu irmão, que sempre falava que era pra combinar com ele. Também sendo surfista e dividindo a casa com seu irmão mais velho no Hawaii, o "fofoqueiro de plantão" fazia o tipo "esquentadinho favorito". Sério, ele se estressa muito rapidamente, a ponto de ser surpreendente para alguém na sua idade. Suas frases preferidas são nada motivacionais, do tipo, "porque esperar alguém dizer que você não conseguem diga você mesmo" ─ já que ele não faz o tipo muito confiante. Pode ser considerado dramático,mas não chega a ser irritante!
Ele sempre lembra de ser o modelo de algumas propagandas para o colégio ─ e também que gostava bastante daquilo. Talvez foi por isso que ele também acabou aceitando servir de modelo para uma marcas masculinas ou de esportes. Felix Hyojong adora as câmeras.
─ Ya, eu faço o favor de vir aqui como um bom amigo e vocês me criticam? ─ Quase ganhando o prêmio de "pior ator de drama da atualidade", Namdong tentou levar para o lado mais emocional. ─ Vocês são pessoas muito cruéis!
─ Deixa o drama comigo, você não é bom nisso. ─ Felix revirou os olhos, balançando as mãos e pedindo para que ele parasse. ─ E agora, o que fazemos?
─ E eu lá vou saber! ─ O Kang respondeu furioso novamente. ─ A gente tá sem sinal!
─ Pessoal. ─ Hope os chamou, mas os dois pareciam estar mais interessados em discutir. ─ Pessoal! ─ Ele os chamou novamente.
─ O que foi! ─ Namdong e Hyojong disseram uníssonos.
─ O carro já tá vindo. ─ Iseul respondeu, mostrando a tela do próprio celular para os dois. Ele havia conseguido ter sinal há algum tempo, então resolveu o problema deles enquanto os outros discutiam. ─ Também pedi o reboque. Eles disseram que quando você voltar, pode pegar seu carro.
Namdong e Hyojong correram até Taeyang e lhe abraçaram. Os dois começaram a dar pulinhos no mesmo lugar, comemorando que finalmente iriam seguir viagem. Porém, quando Nam parou para raciocinar o que Hope havia acabado de falar, ele parou de pular. Felix parou em seguida, sem entender. E Hope, no meio, apenas sorria achando que eles haviam ficado felizes.
Namdong pegou o celular das mãos do amigo e observou. Vendo que um motorista com um carro apropriado iria levá-los até o acampamento. Chegaria em vinte minutos.
─ Você não pensou em nos avisar? ─ O Kang perguntou, soltando Taeyang e indignado.
Felix, em seguida, também compreendeu.
─ É um cabeça de vento mesmo! ─ Apesar de Hope ser seu irmão mais velho por alguns meses, os dois sempre se tratavam com muita informalidade. ─ E a gente aqui sem saber o que fazer!
─ Eu chamei, mas vocês estavam entretidos brigando. Então eu deixei. ─ O rapaz deu de ombros, não se afetando muito. Isso irritava os dois. ─ E para de me insultar, Felix. Você tem uma cabeça enorme e eu não tô dizendo nada.
O irmão mais novo quase rosnou.
Que Deus ajudo o motorista, de ter que aguentar as discussões e implicâncias de Namdong e Hyojong. Ao menos, terá o querido e pacífico Taeyang para conversar e ignorar os jovens no banco de trás.
AS QUERIDAS CLARITY E KYUNGMI estavam em uma dessas lojas de conveniência da cidade de Mountaicy. Elas, que ainda mantiveram a grande amizade desde o ensino médio, se encontraram no centro da pequena cidade do interior. Rity, que havia voltado para a cidade em 2021, disse que encontraria sua amiga assim que ela chegasse. Kyungmi, que não queria passar horas em um carro, e no mesmo dia ir para o acampamento, chegou um dia antes e dormiu na casa de Clarity.
─ Essa cidade parece sempre a mesma de sempre. ─ Kyungmi disse, olhando do lado de fora da loja. A paisagem ainda era muito bonita e calma. Totalmente diferente da cidade e dos prédios que ela via todos os dias. ─ É bem relaxante.
Para a jovem Oh Kyungmi que amava plantas e botânica, aquela paisagem era normalmente de tirar o fôlego. Sendo uma "mãe de planta", lhe enchia os olhos e lhe deixava admirada. Roupas confortáveis, uma paisagem bonita, um livro e um café ─ sem açúcar nas mãos, e ela estaria feliz nessas férias.
Mas é claro que sem pensamento de passar dias apenas relaxantes estava fora de questão. Sarang não a deixaria se exclui propositalmente.
─ É, não acontece muita coisa por aqui. ─ Go Naeun respondeu, concordando. Possivelmente a coisa que mais agitava aquela cidade era a primeira e única banda que ela havia criado em 2021. ─ Mas sério que você veio só pra escrever um livro sobre romance? Isso não parece muito com você.
E se supor que ela também teria ido porque talvez ainda tenha uma queda por Byeol Jisarang e Moon Youngsoo ─ que Kyungmi não sabe se já superou, for uma outra opção, Naeun entenderia... com ela não é muito diferente. Há motivos ocultos que começam com B e terminam com "não sei o que aconteceu".
CLARITY NA-EUN GO, de codinome Angel, nasceu na Alemanha, mas se considera de Mountaicy desde que se entende por gente. Pode ser que você também a considere uma "rockstar", tanto pelo fato dela ser uma musicista neste nicho, DJ e também ter uma banda, quanto pela sua falta de "regras". Família um pouco catastrófica, dificuldades acadêmicas e sociais, sinais de leve autismo aos nove anos, prisão juvenil aos 14 anos e entre outras coisas. Naeun via todo mundo passar na sua vida, e só se sentiu segura com alguém quando conheceu Sarang e seus irmãos ─ e depois, Kyungmi. Esses sempre foram seus verdadeiros amigos. Ela sabe que talvez tenha feito muita besteira, e que também entenderia se eles tivessem ido embora... mas eles nunca foram.
A Go desenvolveu uma personalidade um pouco crítica para ela mesma, muito por auto defesa. Apesar de ser ambiciosa e narcisista, com um traço um pouco direto e ofensivo, ela é sensível. É claro que uma coisa não tira a outra, mas não dá para achar que ela só tem defeitos, certo? Pode não parecer, mas ela se importa muito ─ principalmente, com as pessoas que estão com ela.
─ Claro que sim! ─ Kyungmi respondeu a suposta acusação. Normalmente ela sabia disfarçar muito bem, mas esse assunto sempre era um pouco delicado. ─ Bem, eu acabei virando amiga da Love depois do ensino médio. Ela me convidou e eu achei que o clima seria bom para me inspirar em um novo livro! ─ Defendeu-se, dando a desculpa do livro. Não era totalmente mentira, mas também não era totalmente verdade. ─ Preciso de inspiração.
Então isso deixou claro que ela havia topado porque estava disposta a tentar um romance se isso acontecesse! Que fosse bom ou ruim, pôs a coragem em jogo. Não é porque Kyungmi possa ser uma jovem mais séria e racional, que ela não acredite no amor. Porque ela acredita.
OH KYUNGMI, também conhecida por Kyu ─ pelos seus amigos, já que não gosta que pessoas não íntimas lhe chamem por um apelidos, é o tipo de pessoa que prefere usar o cérebro, do que seu coração. Atualmente com 23 anos, se formou em jornalismo no ano passado e utilizou das palavras para contar sobre sentimentos ou interesses ─ como ter publicado seu primeiro livro de suspense que foi um sucesso! Kyu perdeu os pais e um tio cedo, em um acidente de carro, então se mudou com sua prima de Busan, onde nasceu, para morar com os avós em Seul. A perda dos pais pode sim ter influenciado em seu comportamento rebelde na adolescência. Ela aprendeu a admira-los, mesmo que não se lembrasse muito deles... mas se sentia vazia.
Vivendo como uma verdadeira delinquente na Haewadal, ninguém imaginaria que aquela garota que adorava quebrar regras e vivia na diretoria, se tornaria quem é hoje: responsável e apreciadora de regras. Foi uma mudança e tanto! Definitivamente, Kyungmi amadureceu bastante ─ paciência só não é a maior de suas virtudes. Se antes ela já não era muito fã de interações, hoje em dia são ainda mais reduzidas.
Seus livros são seus amigos e as palavras, seus pensamentos.
─ Aham, sei. ─ Naeun soltou um risinho sarcástico. Os dias seriam divertidos irritando Kyungmi com esse assunto e vê-la querer lhe matar. ─ Eu só aceitei porque a Love me chamou. Esses aplicativos de namoro só tem mensagem de gente esquisita.
Quase dava para sentir o revirar de olhos com essa frase. Naeun nem conseguia contar quantas mensagens de esquisitões e esquisitonas recebeu. E as fotos? Nunca tinha vista tanta coisa tão desagradável.
Os olhos de Go Naeun se estreitaram um pouco ao ver uma silhueta um pouco longe dali. Ela descruzou os braços e cutucou Kyungmi com o dedo ─ isso não era muito comum de acontecer, porque Clarity não falava tocando em ninguém, mas estava sem palavras.
─ O que? ─ A Oh perguntou, olhando para o dedo indicador da amiga no ombro dela. Mas não obteve uma resposta. ─ Fala logo!
─ Aquela não é a Youngsoo? ─ Naeun finalmente falou, se lembrando do nome da garota. Elas não eram amigas, mas recordou que a mesma fazia parte do segundo ano. ─ Espera... ─ Disse, relembrando que Kyungmi também tinha tido um crush na Moon... mesmo que nunca tenha falado abertamente sobre isso. ─ A Youngsoo.
Clarity não ouviu sequer um "a" de Kyungmi e, quando olhou para trás, ela já havia adentrado a loja de conveniência. Era possível ver claramente do lado de fora, pela porta de vidro, Kyungmi caminhando rapidamente para o fim do corredor ─ que nem era tão longo quanto ela queria que fosse.
Naeun segurou uma risada.
─ Oi... você estudou na Haewadal, não foi? ─ Youngsoo tirou Clarity dos devaneios e chamou sua atenção. ─ Acho que éramos de anos diferentes.
─ Ah, oi. ─ Naeun a cumprimentou com um aceno. ─ Acho que sim. ─ Disse, fingindo que não tinha tanta certeza quanto ela já tinha. ─ Normalmente você andava com aquele grupo de garotas.
MOON YOUNG-SOO, que não tinha apelidos nem nada, sendo apenas a "Youngsoo", não tinha mais todas as amizades que teve no colégio. Não que ela seja a culpada... foram outras circunstâncias. A garota de 22 anos e estudante-bolsista de psicologia da Universidade de Seul, pretendia ser psicóloga de adolescentes. Queria ajudá-los a cuidar de seus problemas ─ por experiência própria, ela teve ensinamentos muito rígidos dos pais. Por sorte, não se tornou uma rebelde ou desenvolveu uma vida adulta ruim! Na verdade, a vida dela é sempre bem tranquila: casa, estudo, academia e caminhada pela cidade com seu cachorro! Se não fosse pelos seus amigos, ela não diria muito.
─ É, por ai... ─ Ela disse, parecendo um pouco desconfortável. Naeun claramente notou, mas não falou nada. Não era da conta dela. ─ Achei que eu tinha chegado muito cedo, então passei por aqui. Você veio sozinha?
─ Não, vim com a Kyungmi. ─ Sendo totalmente cara de pau e uma amiga de milhões, Naeun apontou para a loja. Para uma Kyu escondendo seu rosto atrás do próprio cabelo curto e fingindo ler embalagens de comida. ─ E você?
─ Com Hyun-jae. ─ Youngsoo apontou para o rapaz que vinha correndo na direção delas.
Ele carregava uma bolsa de lado e parecia com pressa.
─ Meu computador está quase descarregando! ─ Ele disse, tentando recuperar o fôlego. As mãos foram até o joelho para se sustentar em algo. ─ Vou ver se tem uma bateria lá dentro porque eu esqueci a reserva em casa e o carregador não tá conectando no carro. E eu tô quase morrendo!
Sim, ele estava falando do jogo.
Hyunjae deu uma pequena carreira para dentro da loja em segundos, sem pensar muito. No entanto, voltou logo mais ao notar que havia esquecido de algo.
─ Ah, oi Clarity! ─ Ele a cumprimentou, sorrindo para mesma e acenando.
Sem esperar ela responder, Hyun voltou correndo para dentro e começou sua caça pelo carregador. Havia apenas um ponto na carga e se o computador apagasse, todo seu trabalho iria por água abaixo.
HAN HYUNJAE, com seus 22 aninhos de idade e olhos expressivamente brilhantes, era exatamente como as pessoas lhe vêem: energético. O estudante de Design de Games da Universidade Nacional de Seul e rei dos RBD no ensino médio, ainda não tinha medo de demonstrar quem ele era e muito menos de tentar fazer as coisas do seu jeito. Apesar de ter um rostinho carismático e ser muito sociável, ele vivia se metendo em confusões e obviamente, tentando fugir delas. Sua impulsividade era seu maior defeito e seu maior inimigo! Precisando constantemente de impulsos para sobreviver e não morrer de tédio, seu lado mais tenebroso atacava ─ corram de um Hyunjae com ideias!
Ele facilmente seria protagonista de uma aquelas cenas onde o vilão tem um plano diabólico e começa a rir do nada.
E foi muito tentando não ser expulso da Universidade, depois de sem querer quase enlouquecer seus professores, que ele foi encaminhado para uma terapia obrigatória. Sendo esse, o local que ele reconheceu Moon Youngsoo ─ que havia ido visitar o local com um professor. Os dois não eram amigos no colégio, mas acabaram ficando próximos por serem os poucos ainda a morarem em Seul.
─ Kyungmi? ─ Hyunjae chamou, se aproximando da jovem com cabelos curtos. Havia acabado de conseguir uma bateria para seu computador. Ele abriu um enorme sorriso quando a garota tirou o cabelo do rosto. ─ Kyungmi!
Han abraçou a escritora depois de pelo menos um ano sem se ver! Kyungmi retribuiu o abraço, dando umas batidinhas nas costas dele. Mesmo que os dois morassem em Seul, acabou que ficaram muito ocupados para se encontrarem. Como datas que não batiam umas com as outras, muito trabalho e estudo para se resolver. Além dos assuntos pessoais.
─ Perai Hyunjae! ─ Kyungmi resmungou, tentando se soltar. Ela sabia que isso aconteceria quando encontrasse ele e principalmente Seong, mas ainda assim era estranho. ─ Você vai me matar!
Como uma praga ─ ou talvez castigo, ela tenha arrumado amigos que ela não costuma conviver: extrovertidos.
Quando ele finalmente a soltou, a jovem soltou um pequeno palavrão e arrumou o próprio cabelo. Sua franja até desarrumou um pouco com tanto contato.
─ É muito bom ver você! ─ Disse genuinamente animado. Ele estava bem Felix de poder encontrar seus antigos amigos e colegas do Haewadal. Pelo menos, a maioria dele. ─ Você está ótima. ─ Falou fazendo um "joinha" com a mão direita. ─ E vi que você veio com a Clarity... eu vim com a Youngsoo.
Kyungmi mordeu o próprio lábio em nervosismo. Não sabia quando eles tinham virado amigos, mas não estava disposta a demonstrar interesse nesse assunto.
─ Vou chamar ela! ─ O Han disse, sem segundas intenções. Hyunjae não fazia ideia sobre qualquer coisa que uma teria sentido pela outra no ensino médio. ─ Youngs...
Antes que ele fosse capaz de falar mais uma palavra, Kyungmi tapou a boca de Hyunjae no reflexo. Foi completamente involuntário para ela, mas de alguma forma, isso aconteceu. Hyun olhou para ela, totalmente perdido. O olhar um pouco assustado e as mãos para cima, sem saber o que tinha feito. Ele estava esperando que ela justificasse o que acabou de acontecer, mas não se atreveu a se mover.
─ Você não pode gritar nos lugares. ─ Ela disse, tentando não parecer muito suspeita. Kyungmi odiava barulho, som alto ou gritaria, então não seria tão estranho... até porque Hyunjae nem suspeitava de sua verdadeira intenção.
Mas provavelmente a tentativa de silenciar o "bocudo" do Hyunjae fracassou, quando o sino da loja de conveniência tocou e a porta foi aberta. Uma cena inevitavelmente intrigante estava bem na frente de Youngsoo e Naeun: Kyungmi tampando a boca de Hyunjae.
─ Kyungmi? ─ Youngsoo falou, trazendo de volta para a memória de ambas, qualquer resquícios de interação que elas tiveram no ensino médio.
DE FATO, SEUNG NÃO ERA O MOTORISTA mais acolhedor. Bem, ele imaginava que iria voltar sozinho, dirigir em silêncio e chegar lá no maior tédio possível ─ e muito bem-vindo por ele. Mas aconteceu que Hyejin estava voltando horário no mesmo dia que ele, Joshua também e sua irmã mais nova Sarang, havia pedido para que ele desse uma carona para Jieun ─ que tinha um carro, mas achou melhor pegar essa carona.
Ele não poderia negar para Hyejin... eles agora tinham uma certa amizade após estudarem na mesma universidade e ela virar sua "professora" no inglês. Eles passaram de "amigos por causa da minha irmãzinha", para "amigos de causa própria". Seung nunca se incomodou com a presença da Lee ao seu lado, então deve ser isso! Com Joshua também foi ao se mudar para Inglaterra ─ com seus "assuntos em comum" eles acabaram virando amigos. E para Jieun... eles tinham uma relação baseada em respeito. Ela ainda era muito mais a "amiga da minha irmã", mas ambos passaram a trocar mais palavras com o tempo.
─ Não achei que você viria. ─ Jieun falou com Joshua. Ela estava no banco de trás, ao lado de Hyejin. ─ Você sabe que seu irmão vai, não é?
Óbvio que Joshua sabia que seu atual inimigo número um, chamado Watanabe Choi Tadashi, iria. Ele era melhor amigo de Sarang e blá blá blá blá ─ ele estava prestes a revirar os olhos só de lembrar.
JOSHUA PARK tinha 22 anos e uma enorme vontade de ser filho único novamente. Apesar de odiar seu pai britânico-coreano e estar feliz por sua mãe ter se casado novamente, ele não imaginou que ganharia um meio irmão como Watanabe. Josh amava a mãe do Tadashi e até já havia se acostumado a chama-la de "mãe", mas ele? É irritante. O corredor da equipe Red Bull Racing, se tornou o "queridinho iniciante". Bem, ele começou a correr há seis anos atrás, mas só foi contratado por uma grande equipe dois anos após o ensino médio. O Park é o mais novo na Fórmula 1 e até pode não ter a mesma experiência que os demais, mas foi considerado o "azaração", ao ganhar o campeonato no ano passado.
Park Minho não é a pessoa mais fácil de lidar. Um pouco mimado e sempre querendo que as coisas dêem certo do jeito dele, esse rapaz raramente escuta um "não" e fica calado. Ele assume que é egoísta e não confia muito nas pessoas ─ mas na cabeça dele, todo mundo é um pouco assim.
─ É claro que ele vai. ─ Seu tom de voz era enjoado e debochado. Um sorriso lateral surgiu nos lábios de Joshua, quase provocativo. ─ Ele não consegue deixar a Sarang.
─ Nem você pelo visto. ─ Jieun o provocou mais uma vez. Bem, eles não eram amigos... Mas ela ainda era amiga de Love e sabia que os dois tiveram alguns encontros nos Estados Unidos.
Hyejin olhou para Jieun, pedindo que ela não falasse nada... como sempre, sendo meticulosa e atenciosa quando se tratava de conversas individuais. Assim como Jieun, ela também não era extremamente próxima de Joshua, mesmo sabendo que ele era muito próximo de sua melhor amiga Sarang e de seus irmãos, Seung e Seong. E as duas sabiam um pouco da personalidade do Park, então, como amigas protetoras, tentavam entender "qual era a dele".
Se fosse uma competição, Watanabe estaria na frente. Já que conhece Jieun e Hyejin muito antes do seu irmão mais novo e tem uma "aprovação" conjunta das duas.
PARK JI-EUN nunca gostou muito de apelidos, então ela não tem nenhum especial entre seus amigos ─ "Eunnie" é usado apenas por seu irmão e Sarang. Fazendo 22 anos esse ano, no mês de setembro, Jieun atualmente é uma estudante de Artes Cênicas na Universidade Nacional de Busan. Assim como seus gostos cinematográficos favoritos, ela adora um suspense e mistério. De início você pode achar que a Park se trata de alguém um pouco séria, mas na verdade é completamente ao contrário. A jovem é bem extrovertida e com uma aparência amigável. Por incrível que pareça, apesar do "bocão" ─ ou seja, ela é direta e tem um leve... quer dizer, grande humor sarcástico, gosta de socializar!
Joshua olhou para trás, analisando as duas garotas e sorriu. Era evidente o que as duas estavam fazendo, mas ele compreendia... mesmo não sendo a pessoa mais compreensiva do mundo.
─ Que foi, sabem de alguma coisa? ─ Perguntou com um sorriso no rosto, que se desfez em poucos segundos ao receber um olhar acusador de Jiseung.
As duas deram de ombros, silenciando.
─ Vocês precisam mesmo ir falando sobre isso? ─ O Byeol suspirou. Um pouco cansado, a cabeça estava apoiada na palma da mão esquerda, próximo a janela do carro. Utilizando apenas a mão direita para dirigir. ─ Parem de falar besteira!
─ Quer que eu termine a viagem, hyung? ─ Joshua perguntou, notando o cansaço o garoto. Um bocejo de Seung surgiu entre a pergunta.
─ Não precisa, a gente tá quase chegando. ─ Negou, endireitando-se no banco do motorista. Normalmente ele gostava de dirigir para se manter ocupado e raramente pedia para que os outros dividissem o caminho com ele.
BYEOL JI-SEUNG era o "ancião" de todo o grupo. Prestes a completar 24 anos no mesmo mês que sua irmã faz aniversário ─ mais precisamente, 3 dias antes, ele se formaria em Arquitetura final no final ano. O aluno da Universidade de Cambridge estava longe de parecer um jovem... ele tinha uma alma um pouco velha. Refletido em sua personalidade ou na falta de conhecimento em tecnologia ─ ele sabe o básico... Aprendeu a mexer no maps só quando no desespero, se perdeu sozinho em Londres. E como não queria pedir informações, resolveu do jeito dele. Apelidado de Seun, o rapaz é muito "família" e "caseiro". Têm um grupo limitado de amigos e passa a maior parte do tempo dentro do seu apartamento!
Se não não fosse pelos outros, provavelmente teriam mais lugares que ele não conheceria. Muitas pessoas não gostam de Seun por causa do seu jeito e bom, ele admite que é às vezes pode mesmo ser insuportável. Ele não é mimado, ok? Gosta do seu espaço, então... se incomoda com facilidade. Mas ele também é gentil e doce ─ e essa carona de carro é a prova.
─ Reencontro da turma do colegial... ─ Hyejin murmurou, mas não tão baixo que os demais no carro não pudessem escutar. ─ Estou sentindo que isso vai ser uma loucura.
─ Ela é maluca. ─ Jieun disse, referindo-se a Love. Não pode deixar de sorrir, só de imaginar o clima entre os ex alunos do Haewadal. Não que ela fosse a pessoa mais informada da atualidade, mas escutou rumores no portal de ex alunos do colégio.
Sempre tinham mensagens e fofocas sobre outras pessoas nesse portal. Até hoje, ninguém nunca descobriu quem criou.
─ Mas a gente nem sabe quem vai estar lá... ─ Conhecendo Byeol Ji-sarang, a Lee há tinha uma ideia que ela estava aprontando algo. Não seria possível que essas pequenas férias seriam tão calmas e tranquilas quanto alguém poderia imaginar. ─ Será que ela vai trazer o Namdong e a Jangyuri? Só se ela quiser que eles se matem.
Todo mundo sabia do fim tenebroso dos dois Kang's ─ o "duo Kang" não acabou muito bem.
─ Curiosa pra saber se o veterinário mais cobiçado da Haewadal vai estar lá? ─ Jieun indagou, cutucando a amiga. Lee Hyejin a olhou com uma expressão perturbada. ─ É claro que vai.
─ Do que você está falando? ─ Leah soltou uma risada abafada e sem graça. ─ Eu não disse nada!
Não que ela nunca tenha lido sobre Kang Namdong no portal dos ex alunos... porque ela já leu. Contudo, ela só entrou nesse assunto uma única vez, quando Sarang puxou a conversa e perguntou se Hyejin havia visto.
LEE HYE-JIN tinha 21 anos e estava cursando medicina veterinaria na Universidade de Cambridge. A "professora" de inglês dos alunos estrangeiros, precisou se adaptar bastante quando se mudou para estudar fora. Porque? Ela é um tipo introvertido e reservado que necessita de um tempinho para começar a fazer novos amigos. Os que ela tinha na Coreia do Sul, já parecia ser o suficiente e muito confortável para alguém como ela ─ mas com seu estilo caloroso e generoso, não seria muito difícil de ter novos colegas. Ela não tem muitos defeitos... o maior deles é ser insegura. Inevitavelmente, fica claro que Leah prefere colocar a razão em primeiro lugar e só correr riscos se tiver um empurrãozinho!
─ E você, hyung? ─ Minho indagou, olhando para o mais velho com curiosidade. ─ A Mun Jisoo e a Haeun vão estar lá.
─ E o que é que tem? ─ Seun retrucou, não se importando muito.
─ Você já namorou com uma delas... e também já ficou com a outra antes... ─ Infelizmente para o Byeol, ele sabia que todo mundo ficava ciente do que acontecia com ele pouco tempo depois de acontecer. ─ Você acha que ela não vai querer voltar com você não?
─ Eu nem falo mais com a Kwon Haeun e a Mun Jisoo... ─ Seun disse, sendo direto. Não é como se eles não soubessem de nada. Então, ele não estava revelando nenhum sentimento para ninguém. ─ A gente ficou uma vez, mas no último ano ela quis namorar comigo e eu disse não.
Ou seja, ele a rejeitou. Todo mundo saberia que Byeol Jiseung estaria rejeitando Mun Jisoo... era quase impossível de esconder. Assim como todo mundo soube quando Watanabe Tadashi também não deu muita bola para ela, mesmo sabendo que ela era muito mais do que apaixonada por ele.
Foram as duas únicas, das três vezes, que a "quebradora de corações", teve o coração quebrado.
─ Nossa, você é muito direto! ─ Agora que eles eram próximos, Hyejin conseguia abrir a boca para falar algo assim. Antes, nunca. ─ Elas devem ter ficado chateadas.
─ É melhor falar do que ficar enrolando as pessoas. ─ De certa forma, ele estava certo e não conseguia ver em que momento poderia ter feito melhor. Seun não é muito de falar e nem sabe expressar muito seus sentimentos... ele achou mais correto ser direto.
─ Pelo visto esse acampamento vai ser divertido. ─ Joshua quase comemorou a desgraça de Jiseung, só por saber que ele estaria perto de ter uma síncope ao encontrar seus antigos "rolos". ─ Como que se diz aquela frase? "Toca pra o inferno motorista".
E assim, agradecendo mentalmente a Byeol Sarang pelo entretenimento adiantado de fim de ano.
HA JISOO E SONG HYUNGWOO chegaram no acampamento primeiro do que todo mundo. Os amigos, ex ficantes ou o que quer que vocês acham que eles possam ser, saíram cedinho de Seul. Eles passaram longas horas dentro de um carro, implorando a cada quilômetro que estivesse mais perto ─ mas só conseguiam ver a linha azul infinita que levava até o destino final. Então, quando chegaram, foi um alívio.
Jisoo foi o primeiro a sair do carro e se alongar, seguido de Hyungwoo. Sooji veio dirigindo as duas primeiras horas ─ que jurou serem as mais longas, e o Woo as outras duas.
Entretanto, apesar da viagem ter sido longa, a vista para o acampamento estava simplesmente deslumbrante. Era ainda mais lindo do que antes! O grande vale, lotado de árvores, montanhas e cachoeiras que poderiam ser vistas ali mesmo. Estava tudo tão verde, o ar tão limpo e a paisagem única. Memórias do ensino médio foram desbloqueadas. Aquele acampamento era um dos maiores antros de memórias que qualquer aluno do colégio Haewadal poderia ter. A diversão, os amigos e a falta de problemas adultos.
Os dois caminharam um pouco mais para a beira do topo da montanha onde o acampamento ficava e pararam na linha de medida de segurança. Pertos o suficiente para ver todo o vale, o sol da manhã refletiu em seus rostos. Não estava tão quente, mas também não estava frio. O clima perfeito para atividades ao ar livre.
─ Uau, aqui sempre foi muito bonito, não é? ─ Hyungwoo falou gesticulando a mão esquerda para que o amigo entendesse. Em seguida, passou o braço direito por cima dos ombros de Jisoo e sorriu ao olhar para a paisagem. ─ Já estou me sentindo ótimo!
─ Desde quando você é o "senhor positivo"? ─ Jisoo retrucou, rindo de volta. Deveria ser o ar da cidade e as perseguições de rua, sugando a energia do Song.
─ Eu não sou negativo. ─ Ele respondeu, fazendo um biquinho de criança. ─ É que normalmente você me chama pra sair em dias que eu tô acabado!
SONG HYUNG-WOO era um estagiário quase contratado na polícia de Seul. Jovem, com apenas 22 anos, ele ingressou na academia poucos meses depois do colégio. O garoto até pensou em se alistar primeiro logo e voltar dois anos depois, mas descobriu que, quando chegasse a hora dele ir para o exército, poderia servir como um soldado ativo e continuaria atuando como policial ─ pelo exército. Hyung sempre quis ser da polícia, seguindo seu maior sonho de infância. Mas... por um tempo, ele até achou que não seria possível. Song Hyungwoo é um rapaz homossexual e... pessoas com esse tipo de sexualidade já não são muito bem vistas em outros lugares ─ quanto mais na polícia!
Ele precisou ser muito resiliente. Resiliente o suficiente para superar seus medos e enfrentar qualquer tipo de preconceito. Não foi fácil, mas mesmo sendo julgado e capaz de perder seu cargo, não se prestou a ficar escondendo quem ele era. Surpreendendo todos seus colegas de academia, quando foi interrogado pelos amigos para saber que tipo de garota ele gostava, e ele respondeu um "Na verdade, eu gosto eu homens. Não se preocupem, vocês não fazem meu estilo". A maioria dos colegas achou graça a resposta inusitada, mas sim, tiveram outros que não gostaram muito de ouvir.
Woo preferiu focar nos que não tiveram problema com sua revelação.
─ Eu só te chamo pra sair pra ter proteção policial. ─ Falou o Ha, dando língua para o Song.
─ Eu já imaginava. ─ Hyungwoo respondeu, fazendo drama. ─ Quando a Sarang e o Watanabe chegarem, você vai esquecer de mim. ─ O Song não estava sentindo ciúmes de verdade. Ele admirava a amizade entre os três... mas era divertido provocar Jisoo.
Embora eles fossem do mesmo grupo de amigos do ensino médio, Jisoo e Hyungwoo ficaram mais próximos quando todo mundo se mudou e eles foram os únicos que ficaram em Seul. Acabaram mantendo mais contato e conversando também no privado, quando se encontraram em um café no meio da tarde. Daí em diante, os jovens passam até a sair juntos.
─ Qual é essa de cachorro abandonado? ─ Ainda que mantenha uma política de ser alguém respeitoso e educado, pois ele odeia quando faltem respeito, Jisoo não deixava de uma hora ou outra brincar com seus amigos. Eram as únicas pessoas que se sentia confortável para fazer isso. ─ Particularmente, achei que você era melhor do que isso.
─ Tirou o dia pra me esculachar foi? ─ Song Hyungwoo perguntou. Lhe encarando como se estivesse realmente pronto para desafia-lo.
─ Normalmente sou eu que fico ranzinza antes do meio dia, mas tô achando que você também tá. ─ Jisoo riu, até bem humorado para alguém que foi acordado muito cedo. O Song tinha que agradecer que o amigo não ficou bravo, já que Hyungwoo teve a brilhante ideia de acordar muito cedo. ─ É preocupação?
Uma pergunta bem pertinente, que até ele tinha dúvida.
─ Preocupação? Como o que? ─ O estagiário indagou, se fazendo de desentendido. É claro que ele havia entendido muito bem! ─ Não tem o que me preocupar!
Sim, porquê ele se preocuparia se Byeol Jiseung viria para o acampamento? Não é como se eles tivessem brigado muito feio e agora fossem inimigos, com motivos que ninguém além de Sarang, Seong e Watanabe soubessem.
─ Você acha que ele vem... Mas ele não vem não! Duvido que ele venha... mesmo que seja pra Sarang. ─ Por mais que estivesse muito nervoso só de pensar nessa situação, Jisoo cogitou que esse encontro não aconteceria. ─ E ela nem deve ter convidado ele, claro!
Sooji estava contando com a boa consciência de sua melhor amiga... Ainda que tivesse esquecido o quanto essa apoiava totalmente o que estava por trás do segredo entre Seung e Jisoo. E claro, esperava que Seung fosse o primeiro a negar uma ideia como essa ─ ele não gostava de toda essa exposição.
HA JI-SOO sempre passou a aparência de um menino introvertido e solitário... mas a maioria só pensava isso dele por causa de sua deficiência auditiva. Com quase 23 anos e atualmente cursando cinema na Universidade Nacional de Artes situada na Coreia do Sul, Jisoo sempre precisou fazer mais do que a maioria das pessoas, só por causa da sua deficiência. Felizmente, a falta de amor dos pais ou do preconceito que sofria, não o fez desistir do que ele queria. Pelo contrário, o jovem enfrentou tudo e passou a ser um lutador e defensor de suas causas. Extrovertido, alegre e energético, Sooji normalmente está de bom humor até para aqueles que ele nunca conheceu. No entanto, como todas as pessoas ele tem um defeito ou outro ─ o maior deles segue sendo sua falta de paciência
Mas Jisoo não negaria que muito de sua confiança começou quando ele foi conquistado por Byeol Ji-sarang, depois da mesma aprender línguas de sinais para se comunicar com ele e não deixá-lo só. E Sarang também não negaria que Ha Jisoo era sua alma gêmea ─ ela assume que nunca sobreviveria ou seria tão feliz sem ele. Porque mesmo com todos os problemas que ele já tinha, Haji também a fazia se sentir menos insegura.
─ É... não é muito a cara do Seun vir. ─ A não ser que ele tenha algo em mente, foi o que Hyungwoo pensou.
Um estrondo e gritou repentinos atrás dos dois, assustou Hyungwoo, que segurou no braço de Ha Jisoo.
─ O que foi? ─ Ele perguntou, sem entender.
A porta do carro em que estavam Mun Jisoo, Kwon Haeun e Kang Jangyuri bateu quando Haeun ficou brava ─ um momento raro vindo dela!
─ Ya, você passou a viagem toda falando um monte de besteira! ─ A Kwon gritou. Aquela cena era tão incomum, que até quem não era seu amigo, sabia que Haeun era uma pessoa calma. ─ Não acredito que vinhemos com você!
Após saber que a Mun havia acabado de chegar de Nova York, Jangyuri, que ainda tinha contato com ela, disse que lhe daria uma carona ─ mas esqueceu de avisar que tinha outra pessoa com ela. Assim como matinha contato com sua antiga amiga da Haewadal, ela também falava com Haeun... e isso era um problema às vezes. Porquê ela tinha que escutar dos dois lados uma falando mal da outra, e depois ter que dar sua opinião.
─ O carro por acaso era seu pra você dizer ou não o que fazer? ─ A Mun soltou uma risada debochada, batendo a outra porta do carro da pobre Jangyuri. ─ Se enxerga!
Hyungwoo e Jisoo se lembravam das garotas na época do colégio, mas como não eram amigos delas, não se meteram. Eles ficaram ali, no cantinho, fingindo estar invisíveis. Por elas estarem um pouco longo, não tinha como Jisoo ler seus lábios e tentar entender o motivo da briga ─ porquê dava para ver que era uma briga. Então, o Song escutava tudo e traduzia tudo para o amigo na linguagem de sinais.
─ Será que vocês podem parar de brigar? ─ Yuri implorou, fazendo uma cara de choro. Passar horas com duas inimigas declaradas, que também são suas melhores amigas, pode ser bem difícil. Por sorte, ela é paciente! ─ Vocês vinheram o caminho todo brigando. Eu tô com dor de cabeça!
KANG JANG-YURI tinha por volta de seus 23 anos e já poderia dizer que vive seus sonhos muito mais fácil do que os outros. A desenvolvedora de software, que é especializada em segurança cibernética e IA, cresceu em uma família muito rica e teve a oportunidade de seguir o que tanto queria. Nascendo em um ambiente altamente tecnológico, ela teve muito apoio para seguir sua motivação de desenvolver conhecimento, ajudar no progresso tecnológico e melhorar a vida das pessoas. Além de inteligente, a Kang é bem amigável e empática! Valoriza bastante o bem-estar de outras pessoas e se preocupa com quem está ao seu redor. Destemida, ela nunca recua ─ o que pode significar que ela também é teimosa.
Seus gostos surpreendem bastante as outras pessoas, já que vão além do que elas podem imaginar vindo de uma "nerd".
─ Ela passou a viagem toda reclamando ou falando da vida dela! ─ Haeun bufou, claramente irritada. Escutou tantas farpas dentro do carro, que só não surtou no meio do caminho, para não acontecer nenhum acidente. ─ Ninguém quer saber!
Porquê se fosse por ela, teria se atracado com Mun Jisoo.
─ Você só está com inveja de mim, sabe? ─ Que já se encontrou com a pequena Luna tão educada e simpática, não imaginaria que ela falaria essas palavras para alguém. ─ Inveja que eu fiquei muito bem, mesmo depois de parar de ser sua amiga!
─ Se enxerga, Mun Jisoo, eu não me importo! ─ Se era mentira ou não, as palavras de Haeun pareciam muito convincentes. E sua expressão também. ─ Não acredito que éramos amigas... Você sempre pensou só em você mesma.
MUN JI-SOO, uma das formandas mais populares do Haewadal, tinha 23 anos e poderia ser facilmente conhecida por causa das redes sociais. Sendo estudante de moda em uma universidade bem conceituada de Nova York, muitos a conhecem por seus vídeos nas redes sociais ─ tendo seguidores o suficiente para ser considerada a "influencer". Por mais que 99% das pessoas ache que Luna veio de uma família rica e bem conceituada em algum ramo, era o oposto disso. Nunca passou por tantas dificuldades em relação ao dinheiro, mas tinha uma vida bem razoável para alguém que tinha sonhos com padrões muito altos. Por isso ela começou a trabalhar... para bancar seus sonhos. Compras suas roupas, maquiagem e ter dinheiro para estudar na universidade de moda em Nova York.
Ou seja, ela é bem perseverante! Mun não desiste do que quer e não aceita um "não" como resposta. E como uma insegurança, a garota passou de ser apenas uma jovem confiante, para ser alguém que precisava de atenção. Ela tinha medo que as pessoas não olhassem para ela, que não gostassem dela ou que não apreciassem suas dicas. Por isso que ela mudou... muito, pela opinião dos outros. Chegando a ser sempre vista como fria depois de tantos foras que deu, ou mal interpretada.
Mun Jisoo sabe que ser ruim de graça só parece legal na ficção, mas talvez sua "casca protetora" não deixe ela mostrar que, no fundo, é alguém gentil e divertida.
─ Me admira você falar isso, quando também te achavam metida no colégio. ─ Luna disse, enquanto retirava suas malas do cara de Yuri. Aparentemente ela não parecia tão abalada quando a Kwon. ─ Pelo visto tinha razão.
Em um puxar muito brusco no porta-malas, sem querer, a Mim acabou derrubando uma das malas de Haeun.
─ Vai com calma, elas não vão fugir. ─ A Kang falou, pegando a mala do chão e a deixando em pé. Todas elas trouxeram bastante mala, então tiveram que arrumar muito bem organizado para que coubessem todas elas. ─ E se você quebrar minhas maquiagens, eu te mato em! ─ Brinco, tentando deixar o clima mais agradável.
─ Sério, você é inacreditável! ─ Disse, referindo-se ao que a Jisoo havia dito sobre ela. Ambas já tinha sido vistas de maneira ruim no colégio, então era muito injusto receber isso novamente na cara. Principalmente, de alguém que estava ao lado dela naquele tempo.
Amas disseram palavras um pouco duras.
Cansada de brigar em um assunto que parecia não ter fim, ela desistiu e deixou que a Mun falasse sozinha se ela quisesse.
KWON HA-EUN, a francesa filha de uma modelo famosa e de um empresário, geralmente era mais do tipo simpática. Com 21 anos e dividindo a vida entre estudar moda em na Universidade de Seul e atuar como modelo, Haeun sempre soubesse que o que queria desde pequena. E ser uma pessoa comunicativa ajudava bastante, já que ela conseguia se comunicar muito bem com as pessoas e dizer exatamente o que ela queria. Se expressar era mais fácil para ela, do que para muitas pessoas. Além do sorriso claro! É tão fácil tirar um sorriso do rosto dessa garota, que ela já riu em várias situações inoportunas ─ não propositalmente. Mas as pessoas sempre lhe acharam um pouco metida. Seja por causa de sua família ou pelo seu comportamento extremamente confiante, Haeun acabou tendo que se "acostumar".
─ Isso, vai mesmo, mais nunca vou falar com você! ─ Mun falou ao ver a garota se afastando com suas malas. Estava disposta a não trocar sequer uma palavra com sua ex amiga.
─ Será que eu deveria ter vindo mesmo? ─ Crente de que iria apenas para se divertir e passar um tempo curtindo o momento , Jangyuri se perguntou. ─ Se um milagre não acontecer, eu deveria intervir nelas duas de novo?
A Kang certamente se perguntava se seria ter paz ou tentar ajuda-las... mas essa não era uma resposta muito fácil. Tendo em vista que a situação era muito complicada.
As duas ou três horas seguintes foram reencontros. Enquanto alguns abraçavam e conversavam com seus amigos ─ alguns que se viam pouco por causa da distância e outros pela falta de comunicação, outros não pareciam tão tranquilos. Definitivamente, algumas aparições foram um pouco... surpreendentes.
Sarang precisaria dar algumas poucas ─ muitas, explicações aos seus amigos.
─ Pessoal, venham aqui por favor! ─ Love, que havia chegado pouco mais de vinte minutos, chamou seus amigos para uma rodinha.
Ela olhou para os lados, esperando que todos se juntassem. Contou e observou todos eles, para ver se estavam ali. Genuinamente feliz, parecia mais animada em rever seus amigos, do que se lembrar que por trás também teria bastante trabalho para fazer nas férias.
─ Primeiramente quero agradecer todos vocês por terem vindo! É muito bom ver todos vocês. ─ Falou, abraçando a si mesma para demonstrar que senti falta deles. ─ Assim como é novo pra vocês, também vai ser pra mim, já que eu também vou participar. ─ A não ser que não fosse possível, ela sempre tentava ela mesma qualquer coisa que criava. ─ Eu vou enviar um link pra o e-mail de cada um de vocês, e vocês podem ter acesso ao aplicativo e baixar.
Sarang mexeu alguns dedinhos em seu tablet, criando uma linha única para os e-mails de cada um e enviando o link do aplicativo. Como estava em teste, só ela poderia autorizar a instalação de outras pessoas.
─ O aplicativo é simples, mas tem perguntas muito específicas. Então vocês precisam responder todas. ─ Contou, mostrando para eles a tela inicial e a sequência de perguntas. ─ Eu não vou ver nada que vocês respondam, então não se preocupem. ─ Ela riu, também tirando risada de outros amigos. ─ Eu tenho acesso as configurações e essas coisas caso precisem, e vou ver quando vocês derem match... Mas a não ser que os outros vejam, minha boca é um túmulo.
A Byeol fingiu fechar um zíper na boca. Sim, o aplicativo "apitava" quando se tinha um match, mas era silencioso. E quando não tinha, a pessoa que deu o match não era exposta, até que a pessoa que ela curtiu ou também te curtisse de volta. Caso não fosse em questão de curtir, e sim de combinar um com o outro por gostos, ai sim o aplicativo iria "apitar" e mostrar aos dois que eles combinavam. No entando, era sugestivo, então precisava que um dos dois mandasse a mensagem. E se não mandasse, ficava por assim mesmo.
─ Enfim, vocês vão ver que tem muitas funções, mas é bem tranquilo de mexer. ─ Uma das coisas que ela mais quis foi fazer um aplicativo fácil, sigiloso e sugestivo. Com várias opções. ─ Enfim, também tenho outro aviso.
Sarang puxou Jisoo mais para perto e apontou para o rosto dele. Sugerindo que o aviso tinha haver com seu amigo.
─ Como vocês sabem, já que eu mandei por mensagem, o Haji teve a brilhante ideia de, no projeto de faculdade dele, fazer um mini-documentário sobre o test-drive do aplicativo. ─ A Byeol bateu palmas, junto com outros, principalmente amigos do Ha, que também o apoiavam. ─ Ele vai gravar o depoimento de vocês amanhã e depois fazer filmagens envolvendo o aplicativo e momentos do acampamento.
Agradecendo ao orientador de Jisoo, Love adorou a ideia que seu melhor amigo teve. Além de ser algo diferente, poderia ser a salvação dele para conseguir um futuro intercâmbio ou uma pós graduação em alguma faculdade dos Estados Unidos. Cá entre nós, ele toparia só pela Sarang ─ porque eles topam tudo um com o outro, mas agregar isso a faculdade foi ainda melhor.
─ Se tiver algo que vocês não queiram que grave, é só falar pra gente! ─ Ela diria para falar diretamente com Jisoo, mas como nem todos eles sabiam linguagem de sinais, ficaria difícil. ─ Ah, e a Mun Jisoo também vai falar disso nas redes sociais dela... Se der certo ela quer divulgar.
Ela apontou para a loira que estava do outro lado. A Mun sorriu, acenando para os demais. Muitos se lembravam mais dela depois do colégio, por causa das redes sociais, então não a conheciam muito bem.
─ Então é isso pessoal! Eu espero que vocês gostem e aproveitem o tempo. ─ A Byeol fechou o tablet e sorriu. A maioria deles parecia bem animado ou curioso para essa aventura. ─ Eu sei que esse é um teste de um aplicativo, mas o intuito é ser tudo natural. Então se divirtam... o acampamento sempre foi muito legal!
Então, imaginando como os dias seriam nesse verão, ela desejou que fossem tão memoráveis quanto no tempo do colégio.
NOTES
1. O que vocês acharam do prólogo? Gostaram? Não escrevi tantos diálogos longos porque foi exatamente o prólogo. Preferi mais fazer uma apresentação/introdução básica de personagens, que acho necessária até pra vocês conhecerem um pouco de cada um. Definitivamente eles não são apenas isso, então pretendo aprofundar mais qualquer outra coisa no próximos capítulos.
2. Qualquer coisa sobre a filmagem do Jisoo, como por exemplo o vídeo individual feito com cada um dos personagens, só vai ser descrito no final ─ ou eles vendo depois do acampamento, ou no salto de tempo que vou fazer. Assim da pra ver a diferença de opiniões depois de tudo.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top